A empresa colocou o blog no ar no último dia 2, como parte da estratégia da comunicação lançada pela estatal após a abertura da CPI (http://petrobrasfatosedados.wordpress.com). Segundo a própria companhia, o blog foi criado para divulgar, de forma completa e transparente, o posicionamento da Companhia sobre as questões relativas à CPI.
Na noite de ontem, o objeto de reportagens que a Folha ainda apura --com questões endereçadas à empresa, para que possa oferecer a sua versão dos fatos-- foi publicado no blog pela Petrobras.
A Folha fez perguntas a respeito da contratação de advogados sem licitação, sobre os custos de um gasoduto no Amazonas e, por último, acerca de gastos com patrocínios de festas no Nordeste.
Questionado pela Folha, o gerente de imprensa da estatal, Lúcio Pimentel, disse que a Petrobras vai manter a decisão de divulgar e-mails de reportagens ainda em andamento. Disse que se trata de uma ''política de transparência'' adotada pela direção da empresa.
A atitude da Petrobras motivou os jornais ''O Estado de S. Paulo'' e ''O Globo'' a indagar se a empresa havia pedido autorização à Folha para divulgar seus e-mails. A Petrobras respondeu: ''Não houve divulgação do e-mail, e sim das perguntas e respostas dadas ao jornal [Folha]. No entendimento da Petrobras não há ilegalidade, pois o conteúdo divulgado é público''.
Segundo a companhia, a ''intenção é tornar públicas as respostas enviadas pela companhia, de forma completa e sem edição dos dados, sobre todos os questionamentos feitos pela imprensa''.
Segundo a Petrobras, o blog é gerido por ''profissionais da empresa''. De acordo com resposta divulgada mais cedo no blog, por conta de reportagem de ''O Globo'', a Petrobras conta com 1.050 jornalistas contratados, sendo 400 na área da comunicação institucional.
A Petrobras também tem usado o blog para comentar e criticar reportagens já publicadas pela imprensa.
Dos comentários postados no blog até a noite de ontem, a maioria era de apoio à companhia. Muitos atacavam veículos de comunicação e jornalistas. Conforme o texto sobre a política de comentários, eles precisam passar por um moderador da empresa antes de ir ao ar.
Segundo a Folha, o advogado José Paulo Cavalcanti Filho, especialista em legislação de imprensa, diz não ver ilegalidade. ''É apenas uma deselegância com os jornais. Do ponto de vista da democracia, não é ruim, pois a ideia é que a pergunta vai ao ar, de maneira que qualquer um do povo toma conhecimento.''
Com informações da Folha de S. Paulo