Entrevistada pela jornalista Mônica Bérgamo, do jornal "Folha de S.Paulo", Luciana Cardoso disse que não trabalhava no gabinete do senador porque o espaço “é um trem mínimo e a bagunça, eterna”. Foi com base nesta afirmação que o procurador ingressou com a ação no TCU.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o senador Heráclito respondeu ao Vermelho que a funcionária não precisa dar expediente no Senado. Segundo ele, Luciana Cardoso trabalha em casa na catalogação de documentos e organizando os arquivos pessoais dele.
A filha do ex-presidente FHC, segundo o senador, mora em Brasília e tem autorização dele para fazer seu trabalho de casa. A assessoria não soube informar qual a formação profissional de Luciana e evitou fornecer o contato da secretária. Apenas disse que ela fazia o mesmo tipo de trabalho quando assessorava o pai na Presidência.
Na curta entrevista à Folha, questionada sobre o seu salário, Luciana respondeu: “Salário de secretária parlamentar, amor! Descobre aí. Sou uma pessoa como todo mundo. Por acaso, sou filha do meu pai, não é? Talvez só tenha o sobrenome errado.”
Explicou que sempre estava à disposição do senador. “Como faço coisas particulares e aquele Senado é uma bagunça e o gabinete é mínimo, eu vou lá de vez em quando. Você já entrou no gabinete do senador? Cabe não, meu filho! É um trem mínimo e a bagunça, eterna. Trabalham lá milhões de pessoas. Mas se o senador ligar agora e falar vem aqui, eu vou lá”, disse.
A entrevista termina quando ela é questionada sobre os serviços que realizava na semana. “Cê não acha que eu vou te contar o que eu tô fazendo pro senador! Pensa bem, que eu não nasci ontem! Preste bem atenção: se eu estou te dizendo que são coisas particulares, que eu nem faço lá porque não é pra ficar na boca de todo mundo, eu vou te contar?”