terça-feira, 2 de junho de 2009

CRISE e o ESTADO


Está mais do que claro que a bazófia disseminada na década de 90 pelos neoliberais sobre a infalibilidade do mercado, foi por água a baixo. Os mercados entraram em colapso e demonstraram que a especulação financeira gerou “riqueza virtual” e uma geração de multi-milionários cuja a estratégia de vida era mentir e apropriar-se do aparelho de Estado na defesa dos seus interesses.

A crise não é do mercado financeiro, como alardeiam os jornalistas econômicos e alguns articulistas pagos pela classe dominante. A crise é do sistema e da forma como ele se reproduz. Sua lógica é a reprodução da riqueza, não importando a forma. A forma atual seduziu a esquerda e mergulhou o mundo na recessão. Encontrar culpados é um discurso vazio. Regulamentar o que? Um sistema que não funciona sob regulação? Então é o fim do capitalismo? Bobagem!!

A esquerda precisa enfrentar a crise, mas não pode criar ilusões. Será o trabalho, e não o Capital, que sairá enfraquecido dela. Nessa perspectiva é preciso que a esquerda abandone o discurso falacioso e prosaico de que é preciso conter os gastos. Conter gastos prá que? Economizar prá que? Prá dar credibilidade ao mercado? Qual a credibilidade desse mercado? Seguir a risca o Superávit Primário prá que? Prá pagar a dívida aos endividados e sugadores do dinheiro público?

No momento em que o mundo pede, quase aos prantos, que o Estado salve esse capitalismo decadente, diminuir os gastos públicos é de uma insanidade sem tamanho. Faz parte de um receituário antiquado e inadequado. Nesse momento o Estado tem que gastar sim! Tem que aumentar os investimentos públicos sim! Tem que ser o indutor da recomposição da cadeia produtiva via expansão do crédito sim! Tem que diminuir os juros básicos, mas tem que exigir o mesmo dos juros bancários e financeiros. Tem que condicionar ajuda às empresas à manutenção dos empregos sim!!!

O resto é conversa fiada de uma elite que mamou nas tetas do Estado enquanto recitava que esse mesmo Estado devia sair da economia.