"Existem os futurólogos do caos que escrevem um monte de besteira. Saiu na imprensa que nós teríamos milhões de casos. (Fazem projeção) em cima do modelo matemático feito para um vírus diferente de uma doença que não existiu. Chega a ser patético”.
A frase-análise é do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, na Folha de S.Paulo de hoje, ao falar sobre a matéria do jornal com o título "Para ministro, é um "disparate" adiar aulas”.
fato é que independente da decisão de vários Estados (MG, SP, PR e RS) de adiar o início das aulas, existiu sim uma tentativa alarmista e criminosa por parte de vários órgãos de imprensa - inclusive da própria Folha, criticada pelo ministro - de exploração política da pandemia.
Não fazer exploração política ou negócios com a saúde
Isso não significa, evidentemente, que os governadores e secretários de saúde estaduais e municipais estejam totalmente errados em adiar o início das aulas, particularmente no caso das frequentadas por crianças, como tem destacado vários especialistas.
Mas, a rigor, teríamos que proibir a ida a qualquer tipo de festa, supermercado, shopping center, entre outros locais de aglomeração pública, medida que só pode ser adotada em caso extremo, já que poderia levar à paralisação da economia, com a suspensão também do trabalho.
Como se trata de uma pandemia e de um vírus sem vacina - além do agravante nos casos de grupos de risco - tudo o que não podemos aceitar é a irresponsabilidade dos meios de comunicação ou a omissão das autoridades.
Não é hora de se fazer jogo político ou negócios com a saúde pública e a segurança da comunidade, e sim de agir em sintonia com o interesse público e a defesa da sociedade.