quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Drogaria vendia até maconha

Medicamentos grosseiramente falsificados, contrabandeados ou proibidos eram comercializados nas drogarias Curitiba
Dois estabelecimentos da Drogaria Curitiba foram lacrados nesta quarta-feira (26), na zona Sul de Manaus, após flagrante de produção e venda de medicamentos contrabandeados e proibidos como Citotec e falsificados como Viagra, Cialis e Pramil, além de anabolizantes grosseiramente falsificados.

Na operação que reuniu a Delegacia Especializada dos Direitos do Consumidor (Decon), Divisão de Vigilância em Saúde (Dvisa) da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa)  e Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) foram apreendidas dezenas de caixas de medicamentos, além de mais de 10 quilos de maconha, informou o delegado Sandro Sarkis, titular da Decon.

O proprietário, identificado como José Amarildo de Jesus, está com prisão preventiva decretada, mas permanecia foragido até a noite desta quarta-feira (26).

A operação reuniu os vários órgãos, inclusive a Sefaz, porque, segundo informou o auditor fiscal de tributos do órgão, Fernando Marquezini,  nenhum de quatro estabelecimentos da Drogaria Curitiba é regular - e a polícia pretendia lacrar os outros dois até esta quinta-feira (27).

Droga e fraude
No prédio da rua Presidente Kennedy, no bairro de Educandos, a quantidade de medicamentos apreendida foi enorme. Várias caixas contendo medicamentos falsificados, sem documentação de origem, foram apreendidas. “Ele tinha uma rede de crimes que envolvia desde o contrabando, a sonegação fiscal e a produção de medicamentos falsificados, pondo em risco a vida da população”, afirmou o delegado.

A produção dos medicamentos era feita na loja do Educandos. Ali foram encontradas caixas com os nomes de produtos e embalagens que eram preenchidas com conteúdos alterados.

Lacre
Durante a operação na rua Presidente Kennedy, Sarkis recebeu a informação de que o proprietário iria tentar esvaziar o prédio em funcionamento na rua Leopoldo Péres, também no Educandos. Ao se deslocar para lá, teve dificuldades para conseguir abrir o estabelecimento, cujo prédio está com placa de venda. Mais de duas horas depois, os policiais entraram no local que, após vistoria, foi lacrado.

De acordo com o delegado, o acusado já responde por vários processos por sonegação fiscal, fato confirmado em consulta no site do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Há um mês a polícia recebeu uma denúncia anônima e começou a investigar o caso.

Ao perceber um movimento do proprietário para esvaziar os locais onde os crimes eram praticados, resolveu deflagrar a operação. As investigações contaram com a participação das delegadas Márcia Chagas e Eliene Alencar. Para Sarkis, pelos riscos impostos à população consumidora das drogarias, José Amarildo de Jesus é perigoso e deverá ser preso para responder pelos vários crimes cometidos.


Fonte: UOL