O diretor de Exploração e Produção da Petrobras,
José Formigli, garantiu investimentos da Petrobras na região Nordeste, ontem,
durante cerimônia de lançamento de dois projetos para aumentar a produção de
petróleo no estado e garantir o escoamento do óleo produzido nos campos
terrestres, em Mossoró (RN). “O óleo desses campos é extremamente importante
para a Petrobras. Ele tem uma geração de receita que garante os investimentos
da Companhia no Rio Grande do Norte e nos demais estados da região. A Petrobras
não tem nenhuma previsão de desinvestimento nesse momento no Rio Grande do
Norte ou em outras áreas de onshore.”, disse Formigli.
O primeiro projeto está voltado para a ampliação do
sistema de injeção de água no campo de Canto do Amaro – um dos maiores do país
em áreas terrestres, com reservas provadas de 107,5 milhões de barris. O
objetivo foi aumentar o fator de recuperação do óleo (a proporção que pode ser
retirada do reservatório, de acordo com os padrões tecnológicos e comerciais),
com aumento de 4,9%, ou 58 milhões de barris, bem como reverter o declínio da
produção, que é uma característica natural dos campos maduros.
Com a implantação do projeto a partir do ano de 2007 houve a reversão do declínio de produção, tendo a produção do campo aumentado desde o ano de 2009, atingindo seu máximo no ano de 2013. Na ocasião, os executivos registram, também, o início das obras de um oleoduto de 100 km de extensão que interligará o campo de Canto do Amaro, em Mossoró (RN), à Unidade de Tratamento e Processamento de Fluidos (UTPF), em Guamaré. O projeto busca modernizar a malha de escoamento do petróleo produzido nos campos terrestres no Rio Grande do Norte.
Campo
Considerado maduro (com alto grau de explotação), o campo de Canto do Amaro começou a produzir em 1986. A Petrobras já investiu, desde abril de 2007, US$ 774 milhões no projeto de revitalização desse campo, com o objetivo de recuperar a produção e reverter sua curva de declínio. Graças a esse esforço, o campo de Canto do Amaro atingiu a produção de 22 mil barris por dia em junho de 2013. Cerca de 70% desse volume deve-se à implantação do projeto.
Uma das frentes mais importantes da revitalização consiste na ampliação do sistema de injeção de água, com o objetivo de elevar a pressurização do reservatório, assim como aumentar o fator de recuperação do óleo em 4,9%, por meio da perfuração e completação de 199 poços, recompletação de 1.183 poços, o lançamento de 40 km de dutos de coleta de óleo, bem como o lançamento de 620 km de dutos de injeção de água, construção de uma estação de tratamento de água produzida, 14 estações coletoras de emulsão de petróleo e duas estações de injeção de água. Cerca de 93% do escopo do projeto já foi implantado. Atualmente, o projeto gera cerca de 950 empregos diretos.
protesto
De acordo com reportagem publicada na Folha de S. Paulo, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro/RN) bloqueou ontem a estrada que liga Mossoró (RN) a Areia Branca (RN), em protesto contra a redução das operações da Petrobras no Estado. O protesto foi realizado um dia depois do Sindipetro/RJ informar à Folha que a estatal está desmobilizando a produção de campos terrestres. A Petrobras teria decidido parar sondas terrestres e outras operações na Bahia, no norte do Espírito Santo e no Rio Grande do Norte dentro de seu Programa para economizar R$ 32 bilhões de 2013 a 2016. À reportagem, a Petrobras informou que em dezembro tinha 11 sondas de perfuração e 26 sondas de produção terrestre, que atualmente estão reduzidas, respectivamente, para 7 e 22. “Estamos lutando contra a desmobilização da Petrobras aqui, ela está tirando do Rio Grande do Norte para investir no pré-sal, voltando ao passado, quando só se investia no Sudeste”, disse o Sindipetro, à Folha. Segundo o Sindicato, a empresa possuía 14 sondas terrestres de perfuração no Estado e atualmente tem duas.
Fonte: Tribuna do Norte