As autoridades da Indonésia
estão finalizando neste sábado (17) os preparativos para a execução da
pena de morte de seis condenados, entre eles o brasileiro Marco Archer
Cardoso e outros quatro estrangeiros, apesar dos vários pedidos de
clemência.
O procurador-geral, Muhammad Prasetyo, informou que cinco condenados
foram transferidos para a penitenciária de Nusakambangan e o sexto à de
Boyolali, ambas situadas na ilha Java, onde as sentenças serão
executadas à meia-noite no horário local, informou o jornal "Kompas".
Prasetyo acrescentou que os pelotões de fuzilamento estão preparados e
que foi oferecido atendimento religioso para cada um dos condenados,
segundo suas crenças.
Também disse que foram rejeitados os pedidos de clemência para os seis
condenados – Marco Archer, um holandês, dois nigerianos, um vietnamita e
um indonésio – todos eles pelo crime de tráfico de drogas.
"Com isso [as execuções], mandamos uma mensagem clara para os membros
dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os traficantes",
declarou o procurador-geral.
Estas serão as primeiras das 20 execuções que as autoridades da
Indonésia planejam realizar neste ano depois que, em 2014, não houve
nenhuma e apesar dos novos pedidos de clemência de última hora.
A presidente Dilma Rousseff telefonou nesta sexta-feira (16) para o
chefe de Estado indonésio, Joko Widodo, para pedir que a pena de morte
não seja aplicada a Marco Archer, que é instrutor de voo livre e foi
preso ao tentar entrar no país, em 2004, com 13 quilos de cocaína
escondidos nos tubos de uma asa delta.
A Anistia Internacional (AI) pediu a interrupção da pena de morte a
Widodo, que tomou posse em outubro e foi considerado por muitos
ativistas como uma esperança de uma mudança no país.
"O novo governo indonésio jurou o cargo com a promessa de melhorar o
respeito pelos direitos humanos, mas levar tais execuções adiante seria
um retrocesso. As autoridades deveriam estipular, de maneira imediata,
uma moratória no uso da pena de morte, visando sua eventual abolição",
disse o diretor da AI na Ásia, Rupert Abbott.
A execução está marcada para as 15h de hoje do horario de Brasília.