Uma ficção. É como se pode definir o Orçamento do Estado, que termina o ano com 80% executado. O resto não existiu apenas no texto aprovado às pressas pela Assembleia Legislativa em 2010.
Em 2011, mais do que nunca, se contou com os ovos antes que a galinha os pusesse. As receitas do Estado foram superestimadas em R$ 9,4 bilhões; R$ 7,5 bi foram efetivamente arrecadados.
A maior frustração foram as receitas de capital, as destinadas a investimentos. Orçadas em quase R$ 1,4 bilhão, se traduziram em ínfimos R$ 137 milhões, dos quais R$ 87 milhões foram efetivamente aplicados em investimentos para a população. Ou seja, apenas 6,2% do previsto foi executado.
A capacidade de investimento do Rio Grande do Norte orbita em torno de R$ 300 milhões, de um orçamento que virtualmente tangencia os R$ 9 bi, mas na prática não sai da casa dos R$ 7 bi, considerando as receitas arrecadadas.
Nos últimos dez anos, o Estado esteve sete vezes além dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal, incluindo este ano. Metade das receitas do RN (R$ 3,5 bi) são destinados à folha de pagamento de pessoal.
Em maio, o governo prometera auditoria para identificar onde existe desperdício de dinheiro público. Nunca mais se falou no assunto.
Fonte: Nominuto