*Por: Alexandre Albuquerque Maranhão
Numa área geográfica como a do Estado do Rio Grande do Norte, onde a história sempre registrou a hegemonia das oligarquias, nasceu em Natal, no dia 27 de novembro de 1915, o legítimo representante do nacionalismo de esquerda: Djalma Carvalho Maranhão.
Ele foi o contraponto da política potiguar: falava o que pensava e agia de acordo com suas convicções e ideais libertários.
Sua postura política desde a adolescência foi inovadora e corajosa. Aos 15 anos de idade já era filiado a um partido político, o PCB, e participava ativamente das grandes lutas do povo e do proletariado.
Sua postura política desde a adolescência foi inovadora e corajosa. Aos 15 anos de idade já era filiado a um partido político, o PCB, e participava ativamente das grandes lutas do povo e do proletariado.
Foi vítima da reação da ditadura do Estado Novo, preso nos presídios e campos de concentração de Felinto Müller e de Getúlio Vargas.
Com pouco mais de 20 anos de idade, deixa o Rio de Janeiro e regressa a Natal. Em 1946, depois de 16 anos de militância política rompe com o Partido Comunista do Brasil (PCB). É o período da derrocada da ditadura Vargas e início da abertura política no Brasil.
Com pouco mais de 20 anos de idade, deixa o Rio de Janeiro e regressa a Natal. Em 1946, depois de 16 anos de militância política rompe com o Partido Comunista do Brasil (PCB). É o período da derrocada da ditadura Vargas e início da abertura política no Brasil.
Isso vai possibilitar o ressurgimento de uma terceira força política no Rio Grande do Norte, representada pelo Partido Social Progressista (PSP), liderada por Café Filho. A partir daí, Djalma Maranhão inicia a militância política no ?cafeísmo?, onde estavam agrupadas as forças progressistas que lutaram contra o Estado Novo e o nazi-fascismo da Segunda Guerra Mundial.
Nas eleições de 1950, Café Filho elegeu-se a Vice-Presidente da República na chapa de Vargas. A imagem daquele político rebelde, misturado com operários, greves, pescadores e sindicatos não mais existia. Djalma Maranhão ocupou este espaço e retomou as bandeiras históricas do cafeísmo dos pobres, consolidando-se como força política independente das oligarquias, fruto das lutas populares urbanas.
Nas eleições de 1950, Café Filho elegeu-se a Vice-Presidente da República na chapa de Vargas. A imagem daquele político rebelde, misturado com operários, greves, pescadores e sindicatos não mais existia. Djalma Maranhão ocupou este espaço e retomou as bandeiras históricas do cafeísmo dos pobres, consolidando-se como força política independente das oligarquias, fruto das lutas populares urbanas.
Com um discurso contra o imperialismo e o latifúndio, na defesa de um poder nacionalista, democrático e popular elegeu-se a deputado estadual em 3 de outubro de 1954, pela legenda do PSP.
Em 1955, nas eleições para governador, Djalma Maranhão, liderança expressiva da esquerda potiguar, junto com seu grupo político apoiou o udenista e oposicionista Dinarte Mariz, que se elegeu governador do Estado, derrotando Jocelyn Vilar, do Partido Social Democrático (PSD). Destaque-se que, em nível nacional, a UDN apoiava Café Filho, na época presidente da República, devido a morte de Vargas e o PSD era oposição no âmbito federal.
Devido a esse pacto político, Djalma Maranhão foi nomeado prefeito de Natal, tomando posse em 1º de fevereiro de 1956.
Mesmo possuindo excelente capacidade administrativa, Djalma Maranhão sofreu forte oposição dos grupos dominantes distribuídos no PSD e UDN (setores conservadores, como latifundiários e usineiros), que pressionaram o governador a rever tal nomeação. Alegavam que o prefeito era marxista-leninista, tendo sido inclusive, preso na sua juventude.
Em 1958 se licenciou da prefeitura para concorrer à eleição para a Câmara Federal, ficando na primeira suplência, pela legenda do Partido Trabalhista Nacional (PTN). Em 1959, veio o rompimento político com Dinarte Mariz, quando renunciou à chefia do Executivo Municipal.
Assumiu a vaga na Câmara Federal em 27 de maio de 1959, onde permaneceu até novembro de 1960. Teve atuação destacada como integrante da Frente Parlamentar Nacionalista. Apresentou vinte Projetos de Lei. Identificado com um discurso radical de mudanças políticas, denunciou várias vezes a exploração econômica na região Seridó, onde afirmava: ?o dinheiro brasileiro que vai para as mãos dos trustes é negado aos agricultores do Rio Grande do Norte?.
Em 1960, o desgaste político do dinartismo era evidente. A oligarquia política dentro do PSD e da UDN não se entendia. A base udenista abre dissidência no seu próprio partido com Aluízio Alves, que aglutina em torno de sua candidatura ao governo do Estado, adversários políticos tradicionais. A aproximação política de Aluízio Alves com Djalma Maranhão foi lenta e cautelosa.
Em 1955, nas eleições para governador, Djalma Maranhão, liderança expressiva da esquerda potiguar, junto com seu grupo político apoiou o udenista e oposicionista Dinarte Mariz, que se elegeu governador do Estado, derrotando Jocelyn Vilar, do Partido Social Democrático (PSD). Destaque-se que, em nível nacional, a UDN apoiava Café Filho, na época presidente da República, devido a morte de Vargas e o PSD era oposição no âmbito federal.
Devido a esse pacto político, Djalma Maranhão foi nomeado prefeito de Natal, tomando posse em 1º de fevereiro de 1956.
Mesmo possuindo excelente capacidade administrativa, Djalma Maranhão sofreu forte oposição dos grupos dominantes distribuídos no PSD e UDN (setores conservadores, como latifundiários e usineiros), que pressionaram o governador a rever tal nomeação. Alegavam que o prefeito era marxista-leninista, tendo sido inclusive, preso na sua juventude.
Em 1958 se licenciou da prefeitura para concorrer à eleição para a Câmara Federal, ficando na primeira suplência, pela legenda do Partido Trabalhista Nacional (PTN). Em 1959, veio o rompimento político com Dinarte Mariz, quando renunciou à chefia do Executivo Municipal.
Assumiu a vaga na Câmara Federal em 27 de maio de 1959, onde permaneceu até novembro de 1960. Teve atuação destacada como integrante da Frente Parlamentar Nacionalista. Apresentou vinte Projetos de Lei. Identificado com um discurso radical de mudanças políticas, denunciou várias vezes a exploração econômica na região Seridó, onde afirmava: ?o dinheiro brasileiro que vai para as mãos dos trustes é negado aos agricultores do Rio Grande do Norte?.
Em 1960, o desgaste político do dinartismo era evidente. A oligarquia política dentro do PSD e da UDN não se entendia. A base udenista abre dissidência no seu próprio partido com Aluízio Alves, que aglutina em torno de sua candidatura ao governo do Estado, adversários políticos tradicionais. A aproximação política de Aluízio Alves com Djalma Maranhão foi lenta e cautelosa.
As dificuldades da aliança estão no passado de ambos: Aluízio, com um discurso modernizante, identificado com a campanha de eletrificação do Estado através da CHESF, enquanto Djalma Maranhão pregava um governo democrático e popular, anti-imperialista e anti-latifúndio. A Cruzada da Esperança, como ficou conhecida essa aliança, foi um processo de engenharia política, onde seus dois principais protagonistas não perderam de vista às questões locais, nacionais e internacionais.
A coerência política de Djalma Maranhão tinha sido reconhecida pelos eleitores de Natal: foi o primeiro prefeito da capital potiguar a ser eleito pelo voto direto. A posse se deu em 5 de novembro de 1960.
A coerência política de Djalma Maranhão tinha sido reconhecida pelos eleitores de Natal: foi o primeiro prefeito da capital potiguar a ser eleito pelo voto direto. A posse se deu em 5 de novembro de 1960.
O evento foi marcado por um clima de festividade popular e que não faltaram blocos carnavalescos, conjuntos de danças folclóricas e os Comitês Nacionalistas. Sua administração foi marcada, mais uma vez, por uma forte identificação com os interesses populares.