A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal deflagrou a Operação Politéia que tem como objetivo o cumprimento de 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato, informa o site do órgão nesta terça-feira (14). Os senadores Fernando Collor (PTB/AL) e Fernando Bezerra Coelho (PSB/PE), além do senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, foram alguns dos alvos da investigação.
Ex-presidente Fernando Collor é apontado como beneficiário do esquema de fraudes dentro da Petrobras
Segundo a PF, os mandados, que foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), na Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.
Dos mandados cumpridos em Alagoas, foram alvos uma emissora de TV da família do senador e ex-presidente Fernando Collor e na empresa do filho do político, além de apartamentos da família.
As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.
Em Brasília, dos 12 mandados, houve cumprimentos nos apartamentos funcionais de Fernando Collor e de Fernando Bezerra Coelho. O ex-presidente foi acusado pelo doleiro Alberto Yousseff, assim como Ciro Nogueira, acusados de serem beneficiários do esquema de fraudes na Petrobras. Fernando Bezerra, por outro lado, foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, também em delação premiada, que também implicou em busca e apreensão contra o deputado pernambucano Eduardo Fonte, líder do PP na Câmara dos Deputados.
As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.
Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros.
O nome da nova operação, Politéia, em grego, faz referência ao livro "A República" de Platão, que faz referência a uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção, diz a PF.
Estadão Conteúdo