Mudam os esquemas, mas os protagonistas continuam os mesmos. Ano após
ano, grandes empresas – em especial, construtoras – são apontadas como
pivôs de escândalos suspeitos de desviar uma fortuna dos cofres públicos
no Brasil. O mais atual, que atinge a empresa estatal mais importante
do país, a Petrobras, revelado pela Operação Lava Jato, da Polícia
Federal (PF), pode ter causado um rombo de até 10 bilhões de reais. Para
o promotor de Justiça de São Paulo Marcelo Batlouni Mendroni,
especialista em investigar crimes financeiros e cartéis, somente uma
ampla reforma na legislação diminuirá a ocorrência de casos de corrupção
que, na avaliação dele, é endêmica.
“Não há uma prefeitura, um Estado no Brasil, sem contratos
superfaturados de obras, de prestação de serviços”, disse o promotor,
doutor pela Universidad Complutense de Madrid, na Espanha, com pós
doutorado na Università di Bologna, na Itália. Em entrevista ao EL PAÍS,
na sede do Gedec, órgão do Ministério Público paulista criado em 2008
para investigar delitos de ordem econômica, Mendroni comparou as
empresas envolvidas em escândalos dessa natureza à máfia italiana.
Fonte: Robson Pires