À espera da confirmação oficial de que fornecerá os novos caças da FAB (Força Aérea Brasileira), para quem oferece o Rafale, a França mandará pela primeira vez o modelo para um exercício militar no Brasil.
Há uma expectativa, entre militares brasileiros, de que o anúncio confirmando o Rafale será feito durante a visita do ministro Nelson Jobim (Defesa) ao exercício de guerra simulada, chamado Cruzex.
Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que iria falar novamente com o francês Nicolas Sarkozy sobre o assunto e que iria tomar a decisão em conjunto com a sucessora eleita, Dilma Rousseff.
Eles irão se encontrar na semana que vem em Seul, na cúpula do G20. Jobim, que estará hoje com Lula, deverá visitar o Cruzex no dia 18 ou 19, quando a operação acaba.
O Cruzex é o maior exercício aéreo de caça da América do Sul, e está em sua quinta edição. Começou no dia 26, com a chegada das primeira equipes de planejamento a Natal, de onde haverá a simulação de conflito, interdição aérea e várias missões de ataque. Serão inéditas 92 aeronaves do Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, França e Estados Unidos.
Os franceses já participaram de edições anteriores, sempre com caças Mirage-2000 semelhantes aos que vendeu ao Brasil. Agora, pela primeira vez mandam o Rafale. Serão quatro modelos, mais quatro Mirage, uma espécie de "cartão de visitas" para o eventual anúncio.
Os aviões de combate começam a chegar a Natal no fim de semana.
Outra novidade é a presença americana. Só que por envolver a Força Aérea, serão enviados caças F-16. Os F/A-18 que os EUA querem vender ao Brasil, concorrendo com o Rafale e o Gripen NG sueco, são operados pela Marinha e pelos Fuzileiros Navais.