A equipe da Delegacia Especializada de
Investigação dos Crimes contra a Ordem Tributária (Deicot) deflagrou nas
primeiras horas desta quarta-feira (8) a “Operação Prata da Morte” que
culminou com a prisão de cinco pessoas suspeitas de fazer parte de uma
associação criminosa que fraudava o recebimento de pensões por morte de
funcionários públicos do Rio Grande do Norte, vinculados ao Instituto de
Previdência dos Servidores Estaduais do RN (IPERN). Entre os presos
estão um delegado de Polícia Civil e uma advogada.
A investigação, conduzida pelos
delegados Laerte Jardim e Aldo Ribeiro, teve início após a Polícia
receber uma informação através do Whatsapp do Disk Denúncia que dava
conta de que o delegado Olavo Dantas de Medeiros Júnior teria procurado
um homem identificado como José Laercio Ferreira de Melo e feito a
proposta de fraudar uma documentação para que o Laercio e seus
familiares pudessem receber a pensão deixada pelo seu pai, o auditor
fiscal falecido, Gonçalo Pereira de Melo. De acordo com a denúncia, a
proposta teria sido aceita e o plano executado. Além da pensão, os
denunciados teriam recebido ainda R$ 240 mil que estava depositado na
conta do falecido.
As investigações, que tiveram início em
fevereiro deste ano, confirmaram a veracidade da denúncia e deram conta
de que o esquema contou com a participação de outras quatro pessoas: a
advogada Thayana de Moura Macedo, que foi responsável pela realização de
um inventário administrativo no 5º Cartório do Alecrim (com renúncia
dos herdeiros) e pelo levantamento do dinheiro que estava depositado na
conta do falecido, através de um alvará judicial obtido de forma ilegal;
Ana Cláudia de Oliveira Dantas e seu esposo, identificado como
Expedito, suspeitos de falsificar os documentos utilizados pela
quadrilha para fraudar a pensão; e Maria Cosme Sobrinho, que se passou
por companheira do auditor falecido.
Todos os envolvidos foram presos na
manhã de hoje (8), exceto Expedito que foi encaminhado para a delegacia
para prestar esclarecimentos, mas foi liberado em seguida. Ana Cláudia,
inclusive, tinha um mandado de prisão em aberto expedido pela justiça da
Paraíba, por estelionato.
O montante recebido indevidamente pelo
grupo desde o início do esquema já soma cerca de R$600 mil em prejuízo
para o Estado. O grupo foi autuado pelos crimes de falsificação de
documento particular, falsidade ideológica, associação criminosa,
estelionato, uso de documento falso, falso testemunho e peculato. Além
desse, outros casos de fraudes em pensões estão sendo investigados no
Rio Grande do Norte, possivelmente ligados a essa quadrilha.