Pois é. A pílula anticoncepcional e a camisinha podem ser os métodos
mais populares, mas talvez não sejam os mais antigos. O documento Papiro Ebers,
que data de 1552 a.C., reúne 700 registros de fórmulas contraceptivas.
Mas alguns estudiosos acham que esses métodos eram ainda mais antigos,
algo como 3000 a.C. Outro papiro, o Kahun, foi feito em 1825 a.C., e é um resumo ginecológico de 34 parágrafos, dois deles dedicados a fórmulas para evitar a gravidez.
Naquela época, não eram simples comprimidos. Uma das práticas
adotadas era a aplicação íntima de mel, por exemplo, porque reduziria a
mobilidade dos espermatozóides. Outro método utilizado era o leite
azedo, que libera ácido lático, ingrediente que altera o pH da vagina e
torna o ambiente nocivo às células sexuais masculinas. Mas não existe
nada comprovado sobre a eficácia das técnicas. Por isso, não vá fazer em
casa, por favor.
A pílula de verdade, como nós a conhecemos, foi finalmente lançada em
1957, após décadas de pesquisa. Mas o objetivo inicial não era evitar a
gravidez. A Enovid tratava distúrbios menstruais, como ciclos
irregulares e sangramento excessivo. Só que aí milhares de mulheres
começaram a relatar esses distúrbios e pedir a pílula — provavelmente
para evitar gestações. Em 1960, o órgão regulador da indústria
farmacêutica americana finalmente liberou o comprimido para uso como
contraceptivo.