O vice-presidente da República, Michel Temer, é o novo articulador político do governo Dilma com o Congresso Nacional. “Ninguém melhor do que o ex-presidente desta Casa para consolidar a nossa base, inclusive dialogando com a oposição”, disse o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), ao anunciar a decisão da presidenta Dilma, apresentada aos líderes da base aliada em reunião no fim da tarde desta terça-feira (7).
Nesta quarta-feira (8), às 16 horas, Temer se reúne com a base aliada, já na condição de articulador político, “e inicia a jornada que tem tudo para ser vitoriosa”, avalia Guimarães. Ele afirmou ainda que “a presidenta Dilma reconhece o papel do Congresso na avaliação das Medidas Provisórias do ajuste fiscal e nas negociações com as centrais sindicais para buscar amplo entendimento para o bem do país, não como quer a oposição, de quanto pior, melhor.”
Segundo o líder do governo, “todos os líderes (partidários) que estavam lá reconhecerem e ressaltaram a medida da presidenta Dilma, do PMDB ao PCdoB, elogiaram a medida, para além dos mérito e da capacidade política de Michel Temer, para qualificar a relação entre governo e o Congresso Nacional.”
A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE) - vice-presidente nacional do PCdoB, que participou da reunião representando o presidente Renato Rabelo - avalia que “com esse gesto a presidenta Dilma sinaliza no fortalecimento da coalizão e da amplitude necessária para a governabilidade.”
Sobre a escolha do vice-presidente Michel Temer como articulador político do governo, a deputada diz que “pelo histórico de relação políticas que ele construiu esse tempo todo, é um facilitador.”
A deputada comunista também falou sobre a discussão dos assuntos relativos à superação das dificuldades econômicas que o Brasil está vivendo, que a presidenta Dilma considera transitória e que todas as medidas de ajuste serão construídas politicamente e com a base mais coesa.
Ajuste fiscal
“(As medidas do ajuste fiscal) Vão andar nesse entendimento de ouvir a base aliada do que considera factível e que ajude na superação dessas dificuldades econômicas do país”, avalia Luciana Santos.
Sobre as Medidas Provisórias (MPs) do ajuste fiscal, a segunda questão importante discutida na reunião, o líder do governo destacou o pedido feito pela presidenta Dilma “de empenho para que pudéssemos trabalhar uma agenda importante e de matérias importantes, que não gere despesas e nem reduza receita.”
Ela reafirmou que no decreto de contingenciamento que será anunciado nos próximos dias não haverá corte nos investimentos nem nos projetos sociais. O corte será no custeio para permitir a retomada do crescimento da economia do país, garantiu Guimarães.
E, ao agradecer o empenho do ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, Guimarães disse que “não tenho dúvida de que o vice-presidente vai cumprir bem o seu papel de consolidar a base aqui, para tonar as medidas necessárias para retomar o crescimento econômico do país”, enfatizando que a decisão da presidenta Dilma foi tomada de comum acordo com o vice-presidente, que será o articulador político do governo como foi o ministro Pepe Vargas.
Fizeram parte ainda da representação do PCdoB, a senadora Vanessa Grazziotin (AM) e a líder do Partido na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ).