Em sua primeira entrevista após eleito, na noite deste domingo (5), o
novo governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), se emocionou ao
dizer que irá fazer um governo para reduzir as desigualdades do Estado.
Primeiro integrante do Partido Comunista do Brasil eleito governador no
país, Dino decretou que a era Sarney está encerrada no Estado.
"Hoje viramos a página do nosso estado. Finalmente entramos no século
21. Derrotamos para sempre o coronelismo e o regime oligárquico
maranhense. Vamos viver um tempo democrático e republicano", disse.
Durante a coletiva, Dino chorou por duas vezes. Uma ao dedicar a
vitória às pessoas mais pobres e minorias do Estado; e outra, quando
lembrou da morte do seu filho, ocorrida em fevereiro de 2012, após ser
internado com uma crise de asma em um hospital particular de Brasília.
"Superei o mais duro golpe que um pai pode superar na vida, e fiz isso
para estar aqui. Fico feliz com os abraços do povo, mas falta um abraço,
mas falta um (...) Acredito que cada criança que abraço é a vida do meu
filho que está em jogo", afirmou.
O governador eleito também
criticou a campanha de ataques que sofreu por ser integrante do partido
comunista. Durante a campanha, o jornal "O Estado do Maranhão", de
propriedade dos Sarney, chegou a ser condenado por publicar uma charge
ofensiva.
"Espero que nunca mais uma campanha de inspiração
movida contra nosso partido. Nosso partido é democrático, legal e tem
direito de existir", disse.
O governador ainda mandou um recado à população dizendo que fará um governo "humilde" e com participação popular.
"É com esse espírito comunista, socialista, que vamos governar com
muita caridade, muita misericórdia. Não a misericórdia que acomoda, mas a
dos revolucionários", afirmou.