Do G1 - Depois da passagem do Papa Francisco pelo Brasil e do exemplo de
simplicidade deixado por ele, a compra de um carro de luxo por um padre
de Vila Velha, na Grande Vitória, tem gerado polêmica entre os fiéis
locais. De acordo com o sacerdote, o veículo foi comprado em nome da
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e custou R$ 86 mil, sendo R$
29 mil retirados das próprias economias. O padre negou qualquer
motivação de ostentação na compra. O arcebispo de Vitória afirmou que os
padres podem ter bens e não fazem votos de pobreza, mas são
aconselhados a fazer doações. Para o Papa Francisco, os sacerdotes devem
dar exemplo de simplicidade.
O padre Pedro Camilo assumiu a
Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no bairro Praia da Costa, no
último mês de janeiro e afirma ter comprado o carro em nome da igreja
para o exercício da função. "Tivemos uma boa oportunidade e
conseguimos um bom desconto. Mas o carro não vai ser usado só dentro da
paróquia, porque eu administro uma casa de retiro em Nova Almeida para
dependentes químicos e isso facilita a locomoção. É para servir a igreja", explicou.
De
acordo com o arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, os padres não
fazem voto de pobreza e podem, sim, trabalhar e ter bens próprios. A
orientação, no entanto, é de que os sacerdotes façam doações."Precisamos
ter cuidado quando falamos de algo que acontece em uma paróquia. Não
podemos sair condenando, porque, se houver algo errado, será corrigido.
Há muito tempo estamos dialogando e temos que ponderar. Vamos dar tempo
ao tempo, em vez de punir e marginalizar", destacou o arcebispo.