Cândido Vaccarezza (*)
Mais uma vez, o nível de emprego mensal no Brasil bate o recorde histórico. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a porcentagem de desempregados de outubro caiu para 5,3% — ante 5,4% em setembro —, o menor índice de um mês desde 2002, ano em que o IBGE iniciou a pesquisa.
Aliás, em outubro de 2002, último ano do governo FHC, a taxa de desemprego apurada foi de 11,2%. De janeiro a outubro de2012, ataxa média de desocupação ficou em 5,7%, menor que a registrada no mesmo período de 2011, que foi de 6,2%.
O rendimento médio real, também na média anual, atingiu a cifra de R$ 1.770,02, o que representa uma alta de 4,1% sobre o mesmo período do ano passado, que somava R$ 1.700,94. Só para lembrar, o salário mínimo de 2013 será de R$ 675.
Esses índices representam uma das mais expressivas conquistas dos governos Lula e Dilma Rousseff e do Partido dos Trabalhadores. Estamos prestes a completar uma década de crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda, tudo isso em regime de plenitude democrática – fato absolutamente inédito na história do país.
A redução do desemprego deve ser creditada às medidas adotadas pelo governo federal, como a redução da taxa de juros, desonerações da folha de pagamento em 15 segmentos do sistema produtivo e isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) permitiram que a economia brasileira resistisse ao agravamento da crise mundial.
Com isso, mesmo com um recuo no índice de crescimento do PIB este ano, estamos conseguindo manter os níveis de emprego e consumo.
Diferentemente do que está fazendo a Europa, o Brasil não adotou o falido receituário neoliberal, que vem provocando o aumento da recessão, do desemprego e do fosso entre pobres e ricos. Mirem-se no exemplo de Atenas, mas também de Madri, Lisboa e Roma: endividamento, recessão, desemprego de dois dígitos e mais política de austeridade, o que só agrava essas dramáticas condições.
O Brasil vive um momento que alguns economistas chegam a classificar como de pleno emprego. Acredito que ainda é cedo para definir a situação como tal, mas as perspectivas da economia brasileira para os próximos dois anos são muito boas. Economistas preveem que o PIB deva crescer cerca de 3% em 2013.
Se conseguirmos chegar a esse patamar, haverá a perspectiva de queda ainda maior do desemprego. Portanto, se ainda não vivemos a situação de pleno emprego, estamos prestes a atingi-la.
A manutenção desses níveis de emprego por um longo período alavancará, por si só, o desenvolvimento econômico. Nossa tarefa então será avançar na criação de uma educação pública de qualidade, com creche, ensino em período integral, melhoria dos salários e da qualificação dos professores. Também temos que melhorar a universalização e as condições de atendimento na saúde pública, ampliar o “Programa Minha Casa, Minha Vida” e investir em saneamento básico.
(*) Cândido Vaccarezza é deputado federal (PT-SP)