Caixa 2, mensalão, compra de apoios, laranja, uma miscelânea de irregularidades foram cometidas na campanha da então candidata ao Senado nas eleições de 2006, hoje governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini Rosado, do DEM. Difícil acreditar que não existe qualquer tipo de ilegalidade e que a PGR (Procuradoria Geral da República) arquivou o processo que tratava dos vídeos em 2009 por falta de indícios incriminatórios. Pois foi só o que teve.
Uma única ligação, das mais de 40 interceptadas pelo Ministério Público, já bastava para se caracterizar como crime, no caso a do marido da governadora, ex-deputado Carlos Augusto Rosado à secretária do deputado federal Betinho Rosado chamada de Regina. Carlos foi taxativo na conversa em que falava à Regina que iria ser depositado na conta do deputado R$ 100 mil, mas que esse dinheiro na verdade não era pra ele. O dinheiro era para Rosalba. Ou seja, o “milho” uma palavra muito usada no meio político seria esquentado para depois cair na conta da então candidata ao Senado. Betinho foi um “laranja”, na verdade.
E por que Carlos Augusto Rosado procedeu dessa forma? Por que o dinheiro teria primeiro que cair na conta do deputado Betinho Rosado para só depois cair na conta de Rosalba? Isso fazia parte do plano A ou B, como ele comentou também com Regina na ligação grampeada? Estranho, muito estranho. Dinheiro certamente de Caixa 2. De onde vinha ninguém sabia. Ou melhor: ele (Carlos) sabia e muito bem. Certamente por isso teria que passar primeiro por um laranja, no caso Betinho Rosado. E de lá saiu por meio de um esquema de notas frias.
E o mensalão para a compra de apoios? Os apoios à Rosalba foram comprados de acordo com o capital eleitoral de cada candidato. Detalhe: Em alguns casos usou-se o fundo partidário do então PFL para esquentar o dinheiro.
O que não está bem claro é o por que de todo esse escândalo ter sido abafado, se nem o Ministério Público que apurou o caso, inclusive grampeando os envolvidos, sequer até agora se pronunciou. O que se tem são aúdios sendo publicados até na internet e nenhum órgão oficial fala sobre o assunto. O que tem a dizer os meninos do MP? O que tem a dizer o próprio TRE (Tribunal Regional Eleitoral)?
Há de se perguntar se tudo isso é natural numa campanha eleitoral. Ou seja, Caixa 2, mensalão, compra de apoios, laranjas, enfim, essa miscelânea de irregularidades.
(Com informações do Blog do Barbosa)