A redução da jornada de 44 para 40 horas semanais é o tema central do grande ato que acontece em Brasília, nesta quarta-feira (6), promovido pelas seis centrais sindicais – CTB, CGTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT. O Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores trará a Brasília a militância (sindicatos e federações filiadas às centrais sindicais) para pressionar o governo pelo atendimento das reivindicações dos trabalhadores.
A agenda inclui ainda a regulamentação da terceirização, o fim do fator previdenciário, a atualização dos índices de produtividade do campo, a reforma agrária, ratificação de convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho), entre outros.
Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, é prioritário que as seções estaduais se organizem para participar dessa grande mobilização a favor das reivindicações da classe trabalhadora, que exige também a garantia de reajustes reais para os salários e eleva a crítica contra a política equivocada de juros altos. "Não vamos aceitar esse argumento de que salário gera inflação", afirmou o dirigente sindical.
Os sindicalistas afirmam que as mobilizações serão uma resposta ao discurso da área econômica do governo. "A campanha salarial do segundo semestre será muito importante para mobilizar as categorias e acabar com essa equação retrógrada de que o ganho real vai prejudicar a sociedade. Isso é coisa de quem não tem percepção política e social", avalia Gomes.
A maior parte dos acordos fechados no segundo semestre de 2010 foi feita com uma taxa de inflação acumulada entre 4,5% e 5%. Um reajuste de 7% nos salários cobria a elevação nos preços e ainda embutia um ganho real de 2% nos salários. Este ano, os acordos terão de ser próximos a 9% para repetir os ganhos de 2010.
A bandeira prioritária das centrais é a luta pela redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Os sindicalistas estão mobilizados em Brasília, desde o mês de junho, e pretendem passar o início de julho em conversas com deputados e senadores para tentar incluir o projeto que reduz a jornada na pauta de votações do Congresso no segundo semestre.
O Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Agenda dos Trabalhadores faz parte do calendário de mobilização da classe trabalhadora anunciado no último dia 13 de junho. A agenda de mobilização prevê ainda, para o mês de julho, no próximo dia 14, ato unitário na Região Norte do país; no dia 21, o ato unitário será na Região Nordeste; e, no dia 28, ato unitário na Região Sul. No dia 3 de agosto, fechando o calendário, está prevista uma grande passeata na avenida Paulista, com cerca de 100 mil pessoas.
A mobilização da classe trabalhadora, segundo os sindicalistas, é um contraponto às pressões das forças conservadoras que, em nome do combate à inflação, apregoam a necessidade de apertar o cinto, barrando o aumento real dos salários, e cortar gastos públicos. A valorização dos salários, em particular do mínimo, provocou uma forte expansão do mercado interno e é considerado por muitos economistas como o fator fundamental para o Brasil contornar a crise e manter certo ritmo de crescimento. "Entendemos que a valorização do trabalho deve ser a base do desenvolvimento nacional", explica o presidente da CTB, Wagner Gomes.
De Brasília
Márcia Xavier
De Brasília
Márcia Xavier