Sem o aval do governo, líderes da base aliada e da oposição fecharam acordo para conceder um aumento de 7,7% para os aposentados que ganham acima de um salário mínimo. Deputados e senadores se reuniram no final da tarde de quarta-feira, 14, para discutir o assunto. Cândido Vaccarezza (PT-SP), relator da proposta e líder do governo, estava presente e mesmo sabendo das chances de ter seu texto derrotado, manteve um reajuste de 7%. "É tudo que o presidente da República me autorizou a dar", disse. Ontem pela manhã, antes da reunião que fechou o acordo entre os deputados e senadores, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que indicará ao presidente para vetar qualquer reajuste acima de 6,14%. Ele é o terceiro ministro a apontar o patamar de 7,7% como inviável. Apesar das diversas afirmações do governo, congressistas disseram duvidar da possibilidade de o presidente Lula vetar o reajuste em ano eleitoral. A medida provisória começou a ser discutida no plenário, mas sua votação deve ser concluída apenas no dia 27. Líderes da base disseram ainda ter esperança de convencer o governo a conceder o aumento maior. "Não queremos derrotador o nosso governo, ainda temos esperança", disse Alves. De acordo com eles, a diferença no impacto nos cofres da Previdência é de cerca de R$ 800 milhões. Com 7%, o impacto a mais seria de R$ 1,1 bilhão e com 7,7%, R$ 1,9 bilhão.